No final da quarta república, aconteceu um Golpe Militar que foi liderado pelo Comando Supremo da Revolução. João Goulart, era presidente, na época, e desistiu do confronto com os militares, se refugiando no Uruguai. Em seu lugar, antes do golpe, Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, assumiu o cargo interinamente.
Com o controle do Comando formado pelo General de Exército Artur da Costa e Silva, o Almirante Augusto Hamann Rademaker e o Tenente-Brigadeiro Francisco de Assis Corrêa de Mello foi instaurada no Brasil, a Ditadura Militar.
A ditadura foi um momento da história do país governado pelos militares. Eles assumiram a liderança do país a partir do dia 9 de abril de 1964, quando foi instituído o primeiro Ato Institucional, o AI-1. Eles tinham o poder de praticar determinados atos de acordo com os artigos do AI-1 até que o presidente tomasse posse. Isso só aconteceu no dia 15 de abril de 1964, com a posse do Marechal Castelo Branco, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional.
Com o primeiro ato institucional, parlamentares e ex-presidentes foram cassados como Jânio Quadros e João Goulart, além de Juscelino Kubitscheck que era senador na época. Vários funcionários e militares receberam demissão ou foram aposentados. Grupos e líderes comunistas foram perseguidos, sequestrados, torturados dos mais variados métodos e assassinados.
Para os militares, o regime democrático vigente no país após a Segunda Guerra Mundial seria incapaz de impedir a entrada do comunismo no Brasil e por isso, para evitar essa possível ameaça resolveram implantar o autoritarismo através da Ditadura Militar.
O que são Atos Institucionais?
Os atos institucionais são uma série de normas e decretos criadas pelo Exército, Aeronáutica, Marinha ou pelo Presidente da República que estariam acima de todas as outras leis, inclusive da Constituição. Foram criados durante a Ditadura Militar, os atos institucionais do AI-1 até o AI-17. O ato institucional mais expressivo e ditador foi o AI-5, criado no governo de Costa e Silva, que garantia punições severas àqueles que eram contrários ao governo.
O General Humberto de Alencar Castelo Branco foi eleito Presidente do Brasil em 15 de março de 1964. O cearense assumiu, aos 64 anos, um mês após vencer as eleições.
Foi criado o Ato Institucional nº 2 (AI-2), em 27 de outubro de 1965, concedendo poderes amplos para o Executivo. Com isso, deixaram de existir os 13 partidos políticos da época. A partir daí, criaram-se dois: Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Criou os atos institucionais 3 e 4, o primeiro determinando eleições indiretas para governador dos estados, sendo que estes indicariam os prefeitos para as capitais; e o outro, para a promulgação de uma nova Constituição em 1967, que seria depois derrubada pelo AI-5.
Na época, surgiu uma nova moeda no território brasileiro: o Cruzeiro Novo. A Zona Franca de Manaus também foi estabelecida, bem como a parceria de construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Entre outros projetos, criou o Código Tributário Nacional, o Estatuto da Terra, o Banco Nacional de Habitação, o Banco Central do Brasil, a Polícia Federal, a Casa da Moeda, o Código Eleitoral e o Código de Mineração. Criou também, em 1966, a Embratur, autarquia do Ministério do Turismo do Brasil. E também, conseguiu estabilizar a economia e a política do Brasil, por meio de seus inúmeros projetos e planos político-econômicos.
Castelo Branco foi o 26º presidente do Brasil. O vice do general foi José Maria Alckmin. Seu mandato terminou em 15 de março de 1967, quando foi substituído pelo General Costa e Silva. O governo militar apenas foi realmente instituído com o sucessor de Castelo Branco. Em 13 de dezembro de 1968, em que foi instaurada a ditadura, chamada de “intervenção militar”, mediante o Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Artur da Costa e Silva foi eleito presidente da República no dia 15 de março de 1967, escolhido por meio de uma junta militar, de acordo com a Constituição de 1967. Em seu governo, a ditadura militar, de fato, marcaria o país.
Devido as constantes manifestações, Costa e Silva foi radical e um dos principais autores dos instrumentos de repressão e controle: o Ato Institucional nº 5, o AI-5, onde adquiriu poderes absolutos. Foi um dos atos mais expressivos utilizados no período da ditadura.
Com o ato institucional nº 5, o presidente Costa e Silva realizou uma série de ações, dentre elas:
Fechou o Congresso Nacional;
Censurou movimentos de qualquer tipo, pois haviam muitas oposições e formação de guerrilhas contra o regime;
Impediu habeas corpus em situações em que o culpado estivesse contra a Segurança Nacional;
Impediu o acesso à informações públicas;
Criou o órgão responsável pela repressão o DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna) e a Operação Bandeirante.
Na economia, teve que enfrentar vários desafios, regulou salários, aumentou as linhas de crédito para o setor privado e controlou os preços através da Comissão Interministerial de Preços. Muitas dessas medidas não foram aceitas pela população.
Devido à problemas de saúde, causados por uma trombose cerebral, saiu em 31 de agosto de 1969 e o comando do país ficou nas mãos de uma Junta Militar. Quando o Congresso Nacional foi reaberto, as novas eleições para presidência foram realizadas e no dia 25 de outubro de 1969 foi eleito indiretamente Emílio Garrastazu Médici.
Emílio Garrastazu Médici nasceu em Bagé, no Rio Grande do Sul e foi eleito presidente do Brasil em 25 de outubro de 1969.
Em seu governo, na área econômica, ficou conhecido pela expressão “milagre brasileiro”. Ampliou os números de televisores, geladeiras e demais bens de consumo nos lares, controlou a inflação, construiu rodovias estratégicas (Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói), dentre outras coisas.
As classes médias se desenvolveram bastante e, consequentemente, houve aumento da miséria e da desigualdade social. No entanto, no governo Médici, seguiu a construção da Usina de Itaipu Binacional. E também, foi desenvolvido o Plano de Integração Social (PIS), o Programa de Assistência Rural (PRORURAL), o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), o Projeto Rondon, dentre outros.
Emílio Garrastazu Médici foi o 28º Presidente do Brasil, sucedido por Ernesto Geisel, em 15 de março de 1974. O vice-presidente foi um dos representantes da Junta Governativa Provisória de 1969, Augusto Rademaker.
Ernesto Beckmann Geisel nasceu em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Seu mandato teve início em 15 de abril de 1964. O vice-presidente foi Adalberto dos Santos.
Dentre seus vários projetos, boa parte da Usina Hidrelétrica de Itaipu foi construída. O presidente incentivou o uso do álcool como combustível. Promoveu a divisão territorial do Mato Grosso em duas seções: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que, até então, não eram divididos. Geisel fez o Brasil reestabelecer relações diplomáticas com a China. Também reconheceu a independência da Angola.
O fim do seu mandato foi no dia 15 de março de 1979. Geisel deixou o governo preparado para seu sucessor: João Figueiredo.
João Batista de Oliveira Figueiredo, nasceu no Rio de Janeiro e foi eleito em 15 de outubro de 1978. Pertencia ao Partido Arena – Aliança Renovadora Nacional, um dos dois partidos existentes, na época. Ele deu continuidade ao projeto de abertura política, iniciado pelo ex-presidente.
No governo de Figueiredo, como também em outros, aconteceu a crise financeira, em que as taxas de juros eram elevadíssimas. Os índices eram surreais, chegando a 230% de juros, ao longo de seis anos. Por isso, em 1982, o governo pediu ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Porém, o pais conseguiu sair da recessão e terminar o ano com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB): 7%.
De acordo com a Constituição, o próximo presidente seria escolhido pelo Congresso Nacional. Mas, o deputado federal Dante Oliveira, do PMDB, criou uma emenda constitucional pedindo eleições diretas. As pessoas se mobilizaram para que o Congresso aprovasse, com o lema de ‘Diretas Já’. Porém, a emenda foi rejeitada.
Após o fim do mandato de João Figueiredo, Tancredo Neves foi eleito através de eleições indiretas junto com seu vice-presidente José Sarney no dia 15 de janeiro de 1985. Sua posse seria no período conhecido como Nova República. Ele não chegou a tomar posse e faleceu no dia 21 de abril. Seu vice-presidente assume a presidência da república.
No ano de 2011, a Presidenta Dilma Rousseff criou a Comissão Nacional da Verdade (CNV), através da lei 12.528/2011, uma comissão responsável por investigar os crimes cometidos contra os direitos humanos durante o período da ditadura. As investigações iniciaram em 16 de maio de 2012 e se prolongaram até 16 de dezembro de 2014. Essa comissão foi uma vitória para famílias e pessoas que defendem os direitos humanos. Foi organizada por um grupo de sete membros, além de outras pessoas responsáveis pelas pesquisas e investigações.
O relatório final foi entregue no dia 10 de dezembro de 2014. A comissão não tinha o objetivo de punir os culpados, mas sim oferecer ao Estado Brasileiro uma série de recomendações para que crimes como os executados na Ditadura Militar não aconteçam mais.