Nascimento: 03/10/1899 - Taquari (RS)
Falecimento: 17/12/1969 - Rio de Janeiro
Profissão: Militar
Período de Governo: 15/03/1967 a 31/08/1969
Idade ao Assumir: 65 anos
Tipo de Eleição: indireta
Posse: aconteceu no dia 15 de março de 1967, em sessão no Congresso Nacional, dirigida pelo Senador Auro Soares Moura Andrade.
Artur da Costa e Silva foi um militar que nasceu na cidade de Taquari (RS), no dia 3 de outubro de 1899. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar de Realengo, na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada e na Escola de Estado-Maior do Exército. Até chegar à presidência realizou os seguintes feitos:
No dia 3 de outubro de 1966, Costa e Silva é escolhido como presidente da República junto com Pedro Aleixo, seu vice, no lugar de Castelo Branco. Eles foram eleitos pelo Congresso Nacional. O presidente tomou posse no dia 15 de março de 1967.
Os primeiros anos do seu governo foram turbulentos, pois aumentavam as oposições ao regime militar. O Partido Comunista Brasileiro, se reuniu em congresso condenando a luta armada, que era uma das formas de combate do governo e a partir daí, as revoltas começaram a aumentar. No ano de 1967, foi descoberta a origem de uma guerrilha na zona rural (Serra de Caparaó - MG).
Com Influências da Revolução Cubana e as guerrilhas que aconteciam pela América Latina surgiram grupos que acreditavam que o regime só iria acabar com armas, assim houve a criação da Ação Libertadora Nacional, comandada por Carlos Marighella promovendo sequestros e assaltos à bancos. Outros grupos foram formados como a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), a Ação Popular (AP) e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8).
Vários políticos se organizaram formado a Frente Ampla, liderado por Carlos Lacerda e apoiado por João Goulart e Juscelino Kubitschek. Eles lutavam pela volta da democracia, das eleições diretas, por uma nova constituição e a anistia. As disputas foram ainda maiores em 1968 e o governo começou a intervir. Estudantes faziam manifestações reivindicando a falta de verbas destinadas à educação e se opondo ao projeto de privatização do ensino público. Essas manifestações aumentaram ainda mais quando o estudante Edson Luís foi morto em conflito com a Polícia Militar no Rio de Janeiro. Houve uma greve estudantil nacional com comícios, revoltas urbanas, levando à Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro. A tensão só aumentava e em abril de 1968, o governo censurou a atuação da Frente Ampla e suas reuniões e atividades de qualquer tipo foram proibidas.
Na área trabalhista, uma greve importante terminou com uma intervenção do governo ao sindicato dos metalúrgicos da cidade de Osasco (SP). Os operários tomaram conta da Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários (Cobrasma). Porém não tiveram sucesso, o governo fechou o sindicato e expulsou os grevistas violentamente. Outra greve aconteceu em Contagem (MG), onde os operários fizeram dos diretores reféns, pedindo reajuste salarial. A greve só terminou depois de um acordo de reajuste.
Em setembro de 1968, o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, fez um discurso na Câmara culpando os militares das violências contra estudantes e as forças armadas se ofenderam com a atitude, pedindo posteriormente a cassação de seu mandato, que foi negado pela Câmara no dia 13 de dezembro de 1968.
Em outubro de 1968, a União Nacional dos Estudantes (UNE) fez um congresso clandestino em São Paulo, que quando descoberto, teve como consequência a prisão dos líderes. Várias ações de guerrilheiros começaram a acontecer em São Paulo: explosão de bombas no consulado americano, assalto em trens em Jundiaí e roubos diversos. Um dos episódios violentos aconteceu na Rua Maria Antônia, em São Paulo, entre alunos do Mackenzie, do grupo CCC (Comando de Caça aos Comunistas) contra alunos da USP, que cobravam pedágio para arrecadar fundos para a UNE. O grupo lançou ovos nesses alunos e o conflito resultou na morte do estudante José Carlos Guimarães, com tiro na cabeça e incêndio na USP.
Vários artistas, cantores e escritores também foram censurados tais como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Augusto Boal, José Celso, dentre outros. Por isso, surgiu um movimento de protesto através das artes chamado de Tropicalismo.
Por causa da derrota do governo na cassação de Moreira Alves e pela intensificação das revoltas ao regime, foi instituído no dia 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5 (AI-5) que deu amplos poderes ao presidente. Foi um dos atos mais rigorosos da Ditadura Militar. As principais medidas tomadas pelo presidente foram:
Em agosto de 1969 foi afastado do cargo devido a uma trombose cerebral. Quem deveria assumir era Pedro Aleixo, porém, ele se apresentou contra o AI-5 e sua posse foi impedida, sendo substituído por uma junta militar (composta pelos ministros Lira Tavares, do Exército; Augusto Rademaker, da Marinha e Márcio de Sousa Melo, da Aeronáutica). Costa e Silva faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de dezembro de 1969.