Nascimento: 12/08/1949, Rio de Janeiro - RJ
Profissão: Jornalista
Período de Governo: 15/03/1990 a 02/10/1992
Tipo de Eleição: direta
Idade ao Assumir: 40 anos
Posse: tomou posse no dia 15 de março de 1990, em sessão no Congresso realizada pelo Senador Nelson Carneiro.
Obs.: Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito pelo povo após a ditadura e um dos mais jovens. Teve um governo curto, com escândalos de corrupção, tanto que no dia 02 de outubro de 1992 foi aberto um processo de impeachment, na Câmara dos Deputados.
Afastou-se do cargo várias vezes por causa de viagens e quem assumiu nesses períodos foi o vice-presidente Itamar Franco.
Fernando Collor de Mello nasceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de agosto de 1949. Como jornalista dirigiu a Gazeta de Alagoas, jornal de seu pai Arnon de Mello que foi senador por Alagoas de 1950 a 1980. Além disso, foi superintendente da Organização Arnon de Melo, um grupo empresarial de sua família. Formou-se também em Economia, na Universidade Federal de Alagoas, em 1972. Entrou para a política como Prefeito de Maceió, entre 1980 a 1982, sendo considerado o mais jovem da época. Depois disso, se candidatou para outros cargos, tais como:
Eram as primeira eleições diretas após o Golpe Militar de 1964. Finalmente, o povo poderia ir às urnas e escolher um candidato. Fernando Collor havia conquistado a população brasileira com seu carisma e seus ideais de modernização e justiça, prometendo acabar com os ‘marajás’, funcionários públicos e políticos com altos salários. Assim, venceu as eleições que concorreu em oposição à Luiz Inácio Lula da Silva. No dia 15 de março de 1990, se tornou presidente da República. O governo de Fernando Collor foi conturbado com crises na economia e denúncias de corrupção.
Logo no início de seu governo lançou um plano econômico chamado Plano Collor ou Plano Brasil Novo para combater a inflação e eliminar gastos desnecessários no governo. Quem conduzia esse plano era Zélia Cardoso de Melo, ministra da Economia. Logo foram tomadas as seguintes medidas:
Num primeiro momento, suas medidas ajudaram a conter a inflação. Mas, posteriormente, houve uma crise na economia, com muitos desempregos, redução da qualidade de vida e queda na produção industrial.
No final de 1990, a inflação voltou a subir e o presidente lançou o Plano Collor II, em janeiro de 1991. Dentre suas estratégias aumentou os juros, abriu o mercado externo e incentivou às importações. Em 1991, a ministra é substituída por Marcílio Marques Moreira que foi responsável pela criação do Plano Marcílio. As medidas criadas não tiveram efeitos satisfatórios e o presidente foi perdendo popularidade e apoio. Na política externa, Collor assinou um pacto com a Argentina contra a proliferação nuclear.
Com a queda de popularidade e as crises, o governo foi acusado de corrupção, incluindo ministros, assessores e até a esposa Rosane Collor, acusados de desvios de dinheiro público. Em 1992, Pedro Mello, seu irmão, fez uma denúncia de um esquema de corrupção em seu governo que teria sido comandado por Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha de Collor à presidente. De acordo com as investigações, PC Farias recebia propina de empresários que queriam negociar com o governo, ficava com 30% do dinheiro e o resto era dado ao presidente. Nesse período, foram fundadas diversas firmas fantasmas que emitiam notas fiscais frias (falsa).
Foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, recomendando o afastamento de Collor. O processo de impeachment foi apoiado pela população, sendo uma proposta dos presidentes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), autorizado pela Câmara dos Deputados no dia 29 de setembro de 1992. Renunciou ao cargo pouco tempo antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade.
Impeachment
É uma palavra inglesa que quer dizer ‘impedimento’. É usada como um processo aberto à cargos elevados do governo, quando há acusações sérias sobre os deveres de suas funções, tais como crimes, abuso de poder, corrupção e qualquer outra forma de violação à Constituição Federal. O processo, bem como os crimes, estão descritos na lei nº 1079 de 10 de abril de 1950. Quando isso acontece, diz-se que o mandato do político foi cassado. O primeiro processo de impeachment no Brasil foi o caso de Fernando Collor de Melo, julgado pelo Senado, depois de ter sido formada a CPI para investigar as acusações feitas contra o presidente.
No dia 02 de outubro de 1992, foi afastado do cargo, devido a abertura de um processo de julgamento na Câmara (impeachment). Antes que o julgamento estivesse concluído, ele renunciou no dia 29 de dezembro de 1992 e durante oito anos ficou impedido de ingressar na vida política. Quem assumiu a presidência no período foi Itamar Franco, seu vice-presidente.
Em 1994, foi considerado inocente das acusações pelo Supremo Tribunal Federal, Collor teve que esperar o prazo de oito anos para concorrer a outros cargos políticos novamente. No ano 2000, se candidatou ao cargo de prefeito de São Paulo, mas foi impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Depois, em 2002, concorreu ao cargo de governador de Alagoas, mas perdeu. Em 2006, tornou-se Senador por Alagoas.